11 de outubro de 2000 20:00
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Otelo
Ópera em Quatro Actos
Música de Giuseppe Verdi
Libretto de Arrigo Boito baseado no drama com o mesmo nome
de William Shakespeare
Personagens e intérpretes
Otelo Ion Tudoroiu (Tenor)
Desdémona OIaga Makarina (Soprano)
Iago Paolo Coni (Balítono)
Cássio Barton Green (Tenor)
Ludovico Brian Jauhiainen (Baixo)
Emília Liang Ning (Mezzo-soprano)
Rodrigo Li Chujian (Tenor)
Montano Tian Hao (Baixo)
O Mensageiro Wang Xupeng (Baixo)
Orquestra e Coro do Teatro Central de Ópera da China
Maestrina Eve Queler
Maestro do Coro Italo Marchini
Correpetidora Enza Ferrari
Maestro Assistente Gao Weichun
Maestro do Coro / Correpetidor Jiemi Zhang
Produção Elijah Moshinsky
Encenador Henry G. Akina
Cenógrafo Tim O’Brien
Desenho de Luzes Robert Bryan
Produção / Manager da Tourneé Ted Pursey
Direcção de Cena Fátima Beirão, Li Ding, Luca Pellizzaroli
Chefe de Guarda-Roupa Corrine Jones-Lord
Caracterização Ren Xiaoqiu
Co-produção
Royal Opera House Covent Garden de Londres
Otelo
Otelo é uma ópera magnífica composta por Verdi, no chamado período tardio. É o resultado do desenvolvimento da ópera nacional italiana. Esta obra representa a unidade perfeita da forma com um conteúdo profundo e de grande poder artístico. Desde a sua estreia, foi apresentada inúmeras vezes e em todas elas, as audiências saem profundamente tocadas.
Otelo: A História
A acção decorre em Chipre nos meados do séc. XVI, quando a ilha se encontrava sob o governo da República de Veneza. Otelo, general mouro do exército veneziano, era o governador e, recentemente, promovera Cássio a capitão o que lhe granjeou o ódio de Iago que, no entanto, fingia ser-lhe leal e honesto. Rodrigo, gentil-homem veneziano que nutria uma paixão secreta por Desdémona, mulher de Otelo, seguiu-a até Chipre. A ópera inicia-se durante uma noite de tempestade.
I Acto
No meio da incessante tempestade, o navio de Otelo, regressado de uma batalha, chega à ilha. Quando é anunciada a sua vitória sobre os turcos uma enorme multidão saúda-o. Iago dá início à sua vingança embebedando Cássio e incitando Rodrigo a provocar uma rixa em que Montano, oficial superior, fica ferido. Otelo consegue apaziguar os ânimos mas, furioso, destitui Cássio. A sós, profundamente enamorados e felizes, Otelo e Desdémona recordam ternamente a sua paixão.
II Acto
Iago sugere a Cássio que tente, com o auxílio de Desdémona, ganhar de novo a confiança de Otelo. Falando sózinho, afirma crer que é um deus cruel e demoníaco quem inspira a sua maldade e o seu ódio. Junto de Otelo vai, subtilmente, instigando a dúvida quanto à possibilidade de, graças à sua excessiva intimidade com Cássio, Desdémona andar a ser-lhe infiel. Tudo se agrava quando ela lhe pede para perdoar Cássio, o que deixa Otelo muito exaltado. Receando que o marido esteja doente, tenta acalmá-lo passando-lhe pela testa o lenço que este lhe dera, a sua primeira prenda de apaixonado, mas ele atira-o violentamente para o chão de onde é recolhido por Emília, dama de companhia de Desdémona e mulher de Iago; este tira-lho violentamente das mãos. Otelo manda as mulheres embora e Iago continua a evenenar-lhe o espírito descrevendo-lhe um sonho de Cássio que escutara e em que aquele chamara por Desdémona com o lenço na mão. Louco de raiva, Otelo jura vingar-se.
III Acto
Depois de ter fornecido a Otelo mais provas da infidelidade de Desdémona, e ao vê-la aproximar-se, Iago afasta-se. Quando o marido lhe pergunta pelo lenço, Desdémona insiste na recondução de Cássio. Chamando-lhe rameira, Otelo manda-a embora. Sózinho lamenta a sua desgraça e esconde-se quando vê Iago aproximar-se conversando com Cássio sobre assuntos amorosos. Algo distante, julga que estão a falar de Desdémona, impressão que se reforça quando Iago habilmente mostra o lenço de forma a que ele o veja. Tal leva-o a decidir matar a mulher nessa mesma noite. O embaixador Ludovico anuncia a decisão do Conselho de chamar Otelo a Veneza e a designação de Cássio como novo governador. Descontrolado, Otelo ataca Desdémona. Depois de ter despedido de forma rude todos os presentes, cai por terra.
IV Acto
Desdémona canta uma música triste, a história de uma donzela abandonada. Despede-se de Emília, reza as suas orações e deita-se. Otelo chega e, ao beijá-la, acorda-a. Sem dar ouvidos aos seus protestos de inocência, sufoca-a. Emília bate à porta e pede socorro. À frente de Ludovico, de Cássio e de outras testemunhas denuncia a perfídia de Iago. Ao ver a sua tragédia, Otelo suicida-se e morre sobre o peito de Desdémona, após um último beijo.