Entre 2010 e 2012, uma equipa formada pelo Instituto Cultural de Macau e pelo Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais empreendeu conjuntamente um projecto de investigação e escavação arqueológicas na zona oriental do sítio do Colégio de S. Paulo, onde foi descoberto um grande fosso. Este consiste num poço cilíndrico vertical resultante de um processo de escavação artificial do substrato rochoso, com um diâmetro de cerca de 5,5 a 5,8 metros na abertura e uma profundidade de cerca de 9,9 metros. Os artefactos desenterrados do fosso remontam sobretudo a finais da Dinastia Ming e a inícios da Dinastia Qing, inferindo-se, por conseguinte, que tenham sido fabricados e utilizados na mesma época, coincidindo assim com o período em que o Colégio de S. Paulo esteve em funcionamento.
Foi descoberto um grande número de artefactos de uso diário no fosso, incluindo cerâmicas, porcelanas, objectos de bronze e materiais de construção, como tijolos e azulejos. Muitos dos objectos de porcelana são fragmentos de porcelana de exportação e porcelana Kraak. A porcelana Kraak é o nome colectivo da porcelana azul e branca que era exportada da China para a Europa ou outros países entre os séculos XVI e meados do século XVII. Com base em técnicas analíticas científicas e análises comparativas, verificou-se que a maioria dos fragmentos de porcelana Kraak desenterrados do fosso foi produzida em fornos populares em Jingdezhen, na Província de Jiangxi, providenciando evidências arqueológicas do papel significativo de Macau como porto de transbordo e entreposto comercial na época da Rota da Seda Marítima.
Local: Rua de D. Belchior Carneiro, n.º 20, Macau
Horário: 24 horas
Informações: (+853) 2836 6866, durante o horário de expediente
E-mail: webmaster@icm.gov.mo
Preço: Entrada livre